quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sobreviventes


Sabe eu fico pensando aqui comigo se no fim não somos todos sobreviventes.
Essa sensação de ir empurrando a sua própria vida é desgastante.
E eu queria ao menos uma vez poder saber o que é viver.
Não quero mais colecionar feridas, não quero ter de colorir a minha solidão...
Não quero ter de viver sempre fingindo, sempre atuando no palco de minhas neuroses em que eu,  pobre solitária, sou artista e sou platéia.

Me sinto tão pobre de palavras, mas o silêncio é por demais insuficiente...
e eu queria gritar pro mundo a minha dor e, assim,  quem sabe viver fosse mais fácil.
Nunca pensei que fosse tão difícil viver nessa busca de mim mesma, talvez eu nunca me reencontre.
Fico pensando no momento em que minha essência se perdeu, então eu deveria culpa-los?
Não... não posso. Então eu deveria esquecer o passado?
Não... Não consigo.

Talvez eu nunca supere a falta que eles me fazem, digo, os dois por inteiro e nós três como uma família.
Queria rasgar da minha alma essa cicatriz horrível.
Ainda não sei lidar com isso e já são dez anos nessa vivência estúpida.
Talvez eu seja mesmo uma fraca... dizem que aprendemos com a dor, crescemos enfim.
Eu não sei se eu quero crescer. Vivo a espera de uma realidade que nunca veio e que nunca virá.
Dizem que com o tempo se aprende algumas coisas com a dor, e nesse tempo todo a única coisa que aprendi é que aos poucos ela mata.

Mãe, Pai,
Perdão.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sobrevida

Quis e vivi tudo muito intensamente e nos fim das contas evelheci: tenho amarguras e de vez em quando, um tédio danado da vida, além de uma bagagem -enorme - que pesa.
Cicatrizes significam : "Eu sobrevivi" ?!
Muito bonito. Só tem um detalhe, meu bem: cansei de apenas sobreviver.

domingo, 28 de agosto de 2011

Correr de si mesmo: é possível?

Ás vezes bate uma raiva de mim mesma que eu não entendo.
E eu tenho vontade de sair correndo, sem olhar pra trás...
como quem deixa parte importante de sua vida sem se importar.
Mas acontece que no meu caso a parte importante sou eu por completo.
Então como é que se faz isso?
Como é que a gente deixa pra trás a gente mesmo e segue caminhando como se não fizesse a miníma falta?

De onde é que vem?

Eu quero saber de onde é que vem tudo isso.
De onde é que vem essa dor, essa ansiedade, esse inconformismo disfarçado comigo mesma.
Quero saber de onde é que vem essa busca infinita por respostas aquelas perguntas que eu ainda nem defini na minha mente.
Eu quero sossego, quero poder ficar um pouco quieta no sofá da sala, sem que as lembranças suas venham dançar na minha frente.
Eu quero paz, quero poder adentrar meus segredos mais intimos, sem que as dores e os traumas do passado saltem pra fora todos de uma vez.
Eu não aguento isso, preciso descansar, preciso de encontrar limites.

domingo, 7 de agosto de 2011

Esquecimento


Esse de quem eu era e era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.

Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tateio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!

Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...

E desse que era eu meu já me não lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos...!

Florbela Espanca

sábado, 30 de julho de 2011

Ausência

E na ausência perseguindo os vazios das paredes cinzas do quarto me percebo.
Percebo cada traço como um novo recomeço.
E caminho devagar para dentro e para fora de mim.
Paro nas limitações: onde acaba meu ser, minha existência;
Onde eu não me pertenço mais, onde não sei mais de mim, então retrocedo.
Volto para os lugares de dias atras,
Para o passado que só existe na minha memória e que me faz tão bem.
Assim, a vida segue: leve e doce.
Mas se sinto medo, encaro o espelho onde as minhas várias faces se refletem e então...
Me apaixono outra vez,
e amanheço na esperança de que a ausência acabe
e a felicidade perdure, para eu seguir como a vida segue: leve e doce.

sábado, 18 de junho de 2011

Intervalos

   Os dias tem passado lentos e frios. As minhas noites são fragmentos e os meus sonhos estão cada vez mais incompreensíveis. 
   No meu corpo sinto que o cansaço está presente e na minha mente existe um buraco, resultado dos objetivos que ficaram para trás. Sinto saudades. Saudades de mim num tempo passado. Saudades de mim no futuro, eu odeio esse intervalo. Odeio o que sou agora: esse poço de incertezas e de solidão.
  Quando a gente se encontrar, qualquer dia desses, me fale da sua vida  e de como você está bem mas, por favor, não pergunte como eu estou. Não pergunte o que eu tenho feito ou o que quero fazer. Me deixe comigo nesse silêncio de mim mesma. Me respeite.
  Não precisa fingir lamento ou compreensão. Se deixe ficar comigo por um momento, como quem doa carinho e afeto a um bebê rescêm- chegado, ainda que desconhecido.  Segure em minhas mãos e seja sincero. No momento é só do que preciso. Se puder ficar comigo, se puder se esvaziar pra me preencher, serei grata. E se além de tudo isso me der amor, quem sabe, eu seja feliz também nos intervalos.

  


domingo, 22 de maio de 2011

É domingo outra vez, mas hoje eu quero me amar...

Depois que a tempestade passa ainda dói abrir os olhos e encarar a luz do sol... Quero dizer, eu ainda estou aqui, não é? Não sei como, mas estou sim, Ainda sinto a vida correr pelo meu corpo e  inacreditávelmente ainda existe dentro de mim uma pontinha de esperança. Eu quero recomeçar, eu sei que preciso me dar essa chance só não sei por onde.

Pai, onde é que você está? Às vezes eu penso, só um abraço seu já bastava, não precisava dizer nada ou dar conselhos. Só queria que você estivesse em casa quando eu chegasse, pra perguntar como foi meu dia e tomar café comigo. Sinto saudades. Eu tentei ter raiva de você porque você não me ligou no meu aniversário, nem na páscoa e porque ficou meses sem dar noticias, mas acredite eu quase morri. Eu fiquei mal comigo mesma, sou fraca demais pra nutrir aqui dentro um sentimento desse nível. Te amo tanto.

Mãe, porque trabalhar tanto? Eu queria ter mais tempo com você, pra te conhecer mais e pra você saber mais de mim. Te amo muito, mas acho a nossa relação tão frágil. Talvez você tenha aceitado de imediato o fato de eu ter crescido, você bem sabe que com a separação eu amadureci rápido demais... mas no fundo eu ainda preciso do seu colo e faz tanta falta o seu abraço.

Amor, porque a vida tem que ser tão dificil? Fico me perguntando como posso completar você tendo um vazio tão grande aqui dentro... Te amar é a melhor coisa que posso ter da vida. Adoro você! Adoro a expressão do seu rosto quando você sorri.  Se eu vou me casar que seja com você... Se vou ter filhos, quero ter com você, se eu vou envelhecer ao lado de alguém que seja ao seu lado porque eu te amo e não posso imaginar como seria viver sem você. Você me deu uma chance pra Felicidade. Se felicidade existe, meu bem, ela sorri pra mim quando estou com você.

É domingo outra vez, mas hoje eu não quero me odiar, eu quero me amar ao menos um pouco, me amar o suficiente pra me levantar e sair desse lugar de acomodação em que a minha alma se encontra. Voltar para a faculdade, retomar os estudos e dizer que foi apenas uma fase dificil; ir à igreja e  sorrir tranquilamente pra  que não se preocupem  e vejam que  estou bem; andar pelas ruas de mãos dadas com o meu amor com a  certeza de que somos um do outro pra sempre, nos respeitamos e nos amamos e estamos juntos porque escolhemos isso; amar e curtir muito a minha mãezinha porque apesar de todas as dificuldades  ela não desistiu de mim e ainda está por perto e quanto ao meu pai, perdoa-lo um pouco todos os dias pra que a mágoa não se transforme em ódio e não mate o pouco de fé que restou em mim.

domingo, 10 de abril de 2011

Um dia de Domingo: e eu só tenho a mim.

   Eu queria estar melhor, como estive ontem e como vou estar amanhâ, mas domingo parece mesmo ser o pior dia da semana. A casa está arrumada e pior do que isso totalmente vazia, vazia  de gente. Não tem ninguém além de mim. E  porque hoje é domingo e eu só tenho a pior parte do que sou: aquela que acorda de mau humor e que tem no rosto um sorriso sem graça, aquela que  se deprime com músicas lentas e textos reflexivos, aquela que se fecha caso alguém se aproxime porque mesmo sabendo que deveria se amar mais, se olha no espelho e se odeia.
  Domingo é puro tédio. O silêncio impera e os pensamentos na minha cabeça não param de girar. Olho em volta e não tem nada, simplesmente nada. Nenhum amigo, nenhum irmão, nenhuma visita ou evento importante, nenhuma distração, nenhum telefonema, nenhum beijo ou abraço, nenhum sexo ou paixão. Nada. Apenas solidão e dor. Uma dor suave que me causa choro na voz e sensibilidade.
  As músicas  me deixam entediadas porque já ouvi  a semana toda, os programas na Tv , aqueles ditos de entretenimento são péssimos, os livros da faculdade não me animam e as horas não passam. Não tenho sono nem fome, também não tenho cansaço nem objetivos.  Domingo eu só tenho a mim mesma e justamente quando eu mais preciso ficar um pouco comigo eu não me suporto.

Amor e Fé

   Pensar na vida é coisa que sempre fazemos, é um desses atos inevitáveis, quase que automáticos que a mente da gente faz sem quase nos consultar. É próprio do ser humano fazer planos, Deus nos fez para que nos realizássemos dia após dia e desse forma chegássemos mais perto dos seus planos divinos. O problema é que um dia o homem inventou uma forma de marcar o tempo, surgiu o relógio, o calendário, e como uma das consequências, essa debilidade nossa de estar sempre adiando as coisas.

  Quem nunca quis proteger seus sentimentos? Hora ou outra nos pegamos com o olhar perdido no nada, um silêncio gritante na alma, boca cerrada e corpo paralizado no espaço. É que Deus nos abençoou com a habilidade de pensar, Ele fez o ser humano um ser pensante, a fim de que  pudéssemos até mesmo questionar as coisas mais evidentes. Resultado: questionamos tudo! Nada escapa ao propósito da dúvida. Isso me dói aqui dentro: pensar que estamos sempre numa posição de perda, estamos sempre planejando e nunca temos nada de concreto e sequer podemos ter a certeza. Isso me faz pensar na complexidade que é viver. Mas há uma esperança para nós pobres mortais, porque Deus nos presenteou, a cada um de nós ele deu uma medida de fé e uma medida de amor.
A fé, nos faz ter a certeza daquilo que não vemos, temos fé e por isso esperamos, porque se não esperássemos como alcançaríamos? E o amor nos capacita nas nossa fraquezas, nos reveste de uma força incrível e dessa forma seguimos sempre em frente, caso o contrário como nos realizaríamos? Viver não teria sentido, todos os dias estaríamos retrocedendo e morrendo um pouco, não acham?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Talvez apenas um pedido de desculpas...



  Você bem que podia se permitir ficar mais um pouco comigo. Eu entendo você e sei que quando dizes que está cansado não significa que me ame menos por isso. Me desculpe, mas  apenas estou sentindo sua falta. Estou precisando tanto de você. Você me acalma e quando estou ao seu lado os monstros que tenho aqui dentro desaparecem.

   Você bem que podia me estender a sua mão de vez em quando, e me abraçar como quem se coloca a disposição, como um amigo de verdade. Talvez sejamos diferentes nisso: eu sou emoção  e lágrimas enquanto  você tá mais pro lado da razão e praticidade.

   Eu queria te falar mais da minha vida, queria te fazer me conhecer, mas você se mantem sempre aí tão distante. Talvez a culpa de tudo isso seja minha. Desculpe eu só tento poupar você, eu nunca sei se o momento é apropriado, nunca sei se você está mesmo disposto  a me ouvir . Te confesso que eu morro de medo de me tornar a chata que vive cobrando um monte de coisas.

   Isso é errado? Desculpe. Eu só queria que você tivesse apenas o melhor de mim. Queria ser o lugar que você deseja estar e que você se sente em paz. Acontece que exatamente naquele instante eu não estava em lugar nenhum aqui desse mundo, eu estava tão longe em algum lugar do meu passado, estava perdida em algum cantinho dos meus traumas reprimidos, que eu não pude refugiar você quando você chegou.

   Me desculpe amor , eu pensei que fosse forte. Você é tudo o que eu realmente procurava, você me completa e me faz pensar que felicidade existe e que a vida pode ser tão boa quanto a gente sonha.
    Eu ficaria todo o tempo do mundo assim ao seu lado, amando você.  Eu sei, eu sei você vai dizer que eu sou louca . Ah! Me desculpe por ser uma garota romântica e melodramática e também por pedir desculpas sempre. Me aceite. Me ame e tudo vai ficar bem.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A definição do amor

  

    Dizem que quando se ama, não se pode ter o dominio correto das palavras. "Quem ama fala pouco". Eu concordo, quando a gente ama é dífícil falar. Não basta inventar qualquer frase bonita ou copiar  o trecho de uma bela canção, porque na nossa concepção tudo é tão pouco para expressar esse sentimento tão grande...

  Quando ele me perguntou pela primeira vez qual a definição do amor que eu sentia: eu fiquei desconcertada, sem palavras e sem voz. Na segunda vez disse alguma coisa bonita que não me lembro e na terceira, eu me constrangi. Jamais pensei que o amor tivesse uma definição exata.

  O amor é algo tão individual, tão pessoal e subjetivo. E todas as palavras bonitas que a gente diz soam tão clichê, eu queria algo mais original.

  O que a gente faz quando as palavras não são suficientes? Mesmo sem ter as palavras corretas não posso deixar de dizer...
 O amor é dessas coisas que a gente não domina, não entende, não define, não decifra, apenas sente. É dessas coisas que cresce dia após dia e amadurece noite após noite. É o que nos dá esperança.

Te conheço, de fato?



   Não importa quanto tempo vocês estão juntos, sempre haverá algo por descobrir e algo que em algum momento vai te surpreender. É de fazer uma confusão enorme na mente da gente, caminhar pelo o outro e pelos limites que o contornam, limites que se fazem e que se rompem dia após dia.
  
   Convivência: muitos tem medo dessa palavra. Não vejo o porquê. Ou será  devido ao fato de que é demasiadamente dificil lidar todos os dias com as múltiplas personalidades do outro e com todas essas personalidades se confundindo numa pessoa só? É um desafio, não acha? É quase como ter que se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa. Pois bem, conviver é isso.
  
   Não é tarefa fácil, mas existem mesmo facilidades num relacionamento a dois? Ah! Quem dera... Um tom diferente na voz, um olhar, uma expressão, uma palavra que não foi bem colocada... um momento de silêncio e pronto: perde-se a paz e se instala longos instantes de conflitos e exposições dos pontos de vista diferentes.

   Então você se pergunta se de fato conhece aquela pessoa que está ali bem a sua frente. Ela te olha com uma expressão de constrangimento, como quem diz: "olha, eu posso não ser o mesmo de ontem, mas eu continuo te amando".
  
  Você vai fazer o que? Condená- la por apenas mudar? Por errar e crescer?  Vai ficar chateado porque ela apenas deixou você perceber um dos tantos defeitos que ela possui e que tenta esconder todos os dias só para que você tenha um dia mais feliz?

sábado, 22 de janeiro de 2011

Considerações de fim e início de ano

Estamos em um novo ano, passou natal, as festas de fim de ano e o tempo deu uma acelerada daquelas. 

Quanto a mim estou tentando controlar novas emoções, meu corpo ainda não aprendeu a lidar com tudo isso: é tudo tão novo e espetacular, mas eu ainda sinto medo. Não importa o que aconteça  ele sempre está lá, em algum lugar como um advogado, não sei dizer se de defesa ou acusação, afinal o medo é algo tão subjetivo... 

 Ás vezes a vida nos sobrecarrega demais e eis a nossa surpresa: nossas árvores altas e belas não passam de pequenas plantas fracas e vulneráveis que se soltam do chão no nosso primeiro esforço para se reerguer. Sim, se reerguer de uma queda.

 Início de ano é isso: juntar forças para se reerguer não só de uma, mas das varias quedas que tivemos ao longo dos meses. E haja esforço! Dá tanto trabalho idealizar todas aquelas árvores maravilhosas, na esperança de que talvez ,no fim, possamos nos assentar à sombra e repousar ...
 Mas o fim chega e você descobre que as belas árvores eram sonhos e que você tem apenas as frágeis e pequenas plantas que quase não suportam o próprio peso. Tudo bem , afinal, você ganha de consolo mais 12 meses para idealizar as belas árvores, alimentar os mesmos sonhos e cultivar velhas esperanças... E se  não se esquecer de cuidar bem das plantinhas, quem sabe no próximo fim de ano tenha mais sorte.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...