domingo, 28 de agosto de 2011

Correr de si mesmo: é possível?

Ás vezes bate uma raiva de mim mesma que eu não entendo.
E eu tenho vontade de sair correndo, sem olhar pra trás...
como quem deixa parte importante de sua vida sem se importar.
Mas acontece que no meu caso a parte importante sou eu por completo.
Então como é que se faz isso?
Como é que a gente deixa pra trás a gente mesmo e segue caminhando como se não fizesse a miníma falta?

De onde é que vem?

Eu quero saber de onde é que vem tudo isso.
De onde é que vem essa dor, essa ansiedade, esse inconformismo disfarçado comigo mesma.
Quero saber de onde é que vem essa busca infinita por respostas aquelas perguntas que eu ainda nem defini na minha mente.
Eu quero sossego, quero poder ficar um pouco quieta no sofá da sala, sem que as lembranças suas venham dançar na minha frente.
Eu quero paz, quero poder adentrar meus segredos mais intimos, sem que as dores e os traumas do passado saltem pra fora todos de uma vez.
Eu não aguento isso, preciso descansar, preciso de encontrar limites.

domingo, 7 de agosto de 2011

Esquecimento


Esse de quem eu era e era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.

Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tateio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!

Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...

E desse que era eu meu já me não lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos...!

Florbela Espanca

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