domingo, 28 de julho de 2013

Finja que não me conheceu. Eu vou continuar seguindo em frente





Acredito que algumas pessoas passam na vida da gente só pra nos ajudar a reforçar algumas decisões. Estou seguindo em frente. Decidi que ele não merece mais espaço no meu pensamento, nem na minha vida. Aliás, decidi e vou  apagar tudo que aconteceu entre a gente, do dia em que foi embora, incluindo tudo que veio antes - as horas ao telefone, as mensagens, as conversas, as visitas, o cinema, o sexo - até o dia em que nos vimos pela primeira vez. Decidi que ele não existe mais, não pra mim,  e que pra todos os efeitos eu nunca o conheci. 

Sejamos realista: doeu. E vai continuar doendo ainda por um tempo, apesar dos ferimentos e apesar de toda a cerveja que bebi nesses dias. Mas, não vale a pena. Não vale a pena se entregar por uma bobagem. E algumas pessoas não merecem nem o meu lamento. Eu posso ter sido uma boba e ter perdido parte do meu tempo com toda essa história, mas o maior covarde foi ele. Ele quem me procurou, ele quem insistiu, ele quem ligou e ele quem foi embora. Então, se tem alguém mal resolvido nessa história, com certeza não sou eu. 

Mas também não vou ficar aqui desejando que se foda e perceba o que perdeu. Não sou desse tipo. Quero que ele seja feliz, que alcance seus objetivos, que seja livre, que seja salvo e que se realize, que perca o medo, que se apaixone e, que em algum momento, tenha laços afetivos com alguém porque acredite, não há nada de errado nisso.

Eu vou continuar seguindo em frente. Vou continuar sendo eu mesma. Vou continuar ouvindo Renato Russo. Vou continuar comprando livros de auto ajuda. Vou continuar lendo Tati Bernardi, Caio Fernando Abreu e Clarissa Correa. Vou continuar com a minha cerveja e vou continuar com a minha luta contra a gilete. Vou continuar nessa montanha russa, que é a minha vida: dias lá em baixo e outros dias nas alturas, mas vou continuar vivendo. 

E caso, a gente se encontre, por favor, finja que não me conheceu; finja que eu não abri minha casa, minha vida, meu coração e minha blusa pra você. Porque a última coisa que eu preciso é de alguém tentando mudar quem eu sou, que queira tapar meus buracos, curar os meus vícios, analisar minha auto estima e personalidade maluca, como se tivesse a vida perfeita, quando na verdade, nenhuma mulher real vai ser  boa o suficiente para estar com você.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Conflitos



Hoje briguei com a solidão
com a ausência de motivos
com os espaços vazios desnecessários
com o silêncio de todos
com o meu próprio não dizer nada.
Briguei com as minhas atitudes ridículas,
com essa permanente fuga de mim mesma.
Fiquei perdida, vulnerável
e tive medo.
Pesadelos me perseguiram
Me tornei vitima de mim mesma.
Quis fugir dos meus medos
e cai numa armadilha angustiante.
Não queria ficar a sós comigo.
Mas é inútil fugir do que sou, do que sei
e do que está aqui dentro
escondido ou não.

Fabi B. - Dezembro/2009

domingo, 21 de julho de 2013

Agora sou uma guerreira

Hoje, me peguei pensando no quanto sempre fui guerreira e na verdade nunca dei muita atenção a isso. Vivi um bom tempo da minha vida, lutando contra as certezas que tinha sobre mim mesma. Mas eu só tenho 22 anos, afinal quais certezas posso ter?
Quando cheguei a psicoterapia trabalhamos a visão equivocada que eu tinha a  meu respeito. Vivia dizendo que só queria ser "normal" como todas as outras garotas. Desde a separação dos meus pais, um pouco antes de eu completar dez anos, vim trazendo uma culpa enorme comigo. Achava que meu dever era lhes trazer a felicidade. E quando eles se separaram, depois de dez anos brigando e reatando, tive a certeza de que havia fracassado.
Quando eu e minha mãe nos mudamos, meu pai não veio com a mudança. E ninguém sequer havia me perguntado se eu queria ter vindo pra cá, se eu queria ter deixado meus amigos, minha escola, minha família, minha vida.
Na psicoterapia, tive a oportunidade de dizer o que meus pais não me deixaram falar, e pude chorar as dores da separação, sentir a saudade e olhar de frente a solidão que me persegue desde aquele dia.

Ontem, fui visitar meu pai e tive a oportunidade de conhecer meu irmão. Ele é tão novo. Tem apenas 2 meses de vida. Há tanto ainda pra viver. Segurando ele em meus braços, olhando as minhas cicatrizes, pensei: "que você nunca conheça a tristeza, bebê. Que você nunca a conheça."
É estranho estar ali, meu pai não é do tipo que interrompe as coisas só pra vir sentar ao sol e saber como anda a minha vida. É apenas: "você está bem?" "sim, pai, eu tô bem" e só. Então , ele prossegue, continua o dia normalmente. E eu fico ali perdida, tentando me situar. Ele seguiu em frente, construiu uma nova vida, um nova família. Mas eu continuo lá: parada naquele dia em que ele saiu de casa, como se esperasse ele voltar. Mas ele nunca vai voltar. Nunca vai ser como antes. Sei disso, e mesmo assim, eu continuo lá esperando como se eu ainda tivesse 9 anos e não consigo seguir em frente.

Fiquei ali, olhando ele brincar com o bebê , limpando cada lágrima que rolava silenciosa dos meus olhos. "Coisinha linda do pai" era como ele me chamava... Eu sei, que isso é ridículo mas tive uma breve inveja. Como eu queria aquele abraço... como eu queria aquela atenção... como eu queria aqueles olhos orgulhosos e ouvir novamente "coisinha linda do pai". Como eu queria me sentir segura novamente, e não ter medo. 

Quando se é pequeno, quando não se sabe nada da vida, se é tão feliz. Acho que foi a época mais feliz da minha vida, apesar de não lembrar de nada. Exatamente por não me lembrar de nada.




quinta-feira, 18 de julho de 2013

Guardo certas coisas comigo




Eu guardo certas coisas comigo. E algumas estão aqui há muito tempo. Algumas estão aqui dentro há tanto tempo que já nem me lembro... há tanto tempo que já me sinto envelhecer. 
É que não sei como dizer e novas coisas estão surgindo e sinto não haver espaço mais para  guarda-las. Eu queria falar, mas existe uma voz, sábia acredito, que me diz sempre: "não demonstre, não confesse, não se abra". Então, eu me pergunto: "será que você me entenderia?" ou " será que as coisas entre nós mudariam?" 
Não sei se eu quero que mude. Não me importo com status. Não me importo com as felicitações dos outros por finalmente ter seguido em frente. Eu me importo com o que sinto. Só que agora estou confusa: não sei o que estou sentindo.
Tem umas coisas aqui comigo, umas coisas que eu queria te dizer mas não sei... não sei como começar. Acho que não devo demonstrar. E só de estar escrevendo isso eu já me sinto ridícula, espero que não esteja lendo e se estiver, espero que não entenda. Você sabe, eu sempre complico tudo e agora estou complicando as coisas mais um pouco. Fazia um tempo que eu não me sentia assim e estou com medo. Acho que no primeiro instante em que eu me permitir gostar de você, você vai embora e eu não queria te ver partir. Penso que  talvez eu devesse ir embora primeiro, antes de você ir. É que esse primeiro instante já foi há tanto tempo que nem sei mais.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

1,2 step



Estou de férias e isso significa que tenho que me esforçar muito para não cair no tédio. Porque afinal, ficar no sofá, pensando em como a vida pode ser difícil pra pessoas como eu, é um jeito promissor de desencadear uma crise.
Fiz um CD novo com algumas músicas legais e pra quem acha que eu só ouço legião urbana, engana-se, eu curto um bom hip hop também. Na verdade, sou bem eclética. Bom, essa música da Ciara tá tocando há horas no meu rádio. Fui dar uma pesquisada na letra traduzida, já que a minha noção de inglês praticamente não existe e percebi o quanto ela é ótima pra dar um up naquele dia que tem tudo pra ser chato. Bora, arrastar o sofá e 1,2 step!!! E pra quem não saca nada de dança como eu, vale dar uma olhada nos vídeos do youtube pra aprender uns passinhos básicos rs. Eu aprendi alguns mas guardo só pra mim, para os momentos que a gente sai do banho e fica dançando de toalha no quarto rs.
E fica a dica: dane-se a opinião do outro sobre todos aqueles defeitos que você sabe que tem, afinal ninguém é perfeito, certo? A regra é cuidar de você e preservar sua auto-estima sempre!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

"New day"




O dia de ontem passou. Algumas coisas chateiam a gente, normal. Mas já passou, hoje é um novo dia. Me lembrei da Paulinha me perguntando, na psicoterapia : " O que você pode fazer hoje, por você, para que seu dia fique melhor?".  Naqueles dias eu respondia: "Não sei." Mas hoje, eu sei exatamente o que devo fazer. 
Então, ao acordar, decidi que o dia seria só meu. Ou seja, que não iria pensar nele, que não iria viver por ele, que não iria sequer me preocupar com os  pensamentos dele a meu respeito. Um tanto egoísta, admito. Mas na maioria das vezes funciona. Não é que eu não goste dele, porque eu gosto. Mas eu gosto mais de mim. Então, eu não posso permitir que qualquer palavra que ele me diga, tenha o poder de me puxar pra baixo. Exatamente porque eu eu já estive lá embaixo, sei bem como é difícil me levantar. Por mais que as pessoas digam que você deve parar de cavar e começar a subir, a gente - que é meio carente de afeto - quer sempre se afundar mais um pouco pra ver se meio mundo, de repente nos enxergue, e venha tirar a gente de lá. Eu sei que sou assim, e já me conheço o suficiente pra saber que estar a beira de um abismo, pra mim,  é tentador.  

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...